quarta-feira, 16 de maio de 2012


Um novo herói para 2012


A primeira estátua de SteveJobs foi inaugurada em Budapeste.

A estatua de Jobs como oempresário mais importante e inovador da indústria americana é incontestável enão depende de monumentos.

O livro mais vendido do ano nosEstados Unidos é a biografia de Steve Jobs, a notícia da morte do fundador daApple foi recebida com um luto planetário que beirou ahisteria.

Escrevo esta coluna num iMac,enquanto carrego a bateria do meu iPhone e, na minha lapela está pendurado umiPod Nano, que uso em caminhadas, minha coleção de músicas está arquivada no meuiTunes. Quando encontro um recalcitrante usuário de PC`s, repito como me sentiliberada pelo sistema operacional, como é um prazer me despreocupar com vírus, eainda faço piada sobre fiascos como o WindowsVista.

Mas o que é o vírus no meucomputador comparado ao parasita que mata 800 mil pessoas de malária, todos osanos? O perfeccionista Steve Jobs teve grande sucesso em proteger seus produtosdos vírus.

Já Bill Gates, o fundador daMicrosoft, prefere erradicar a malária. E combater a fome. E levar água potávela vilarejos africano. E aumentar o acesso dos pobres a financiamento. Edistribuir bolsas de pesquisa nas áreas de saúde, agricultura e educação. E fazuma campanha internacional pelo Imposto Robin Hood, uma taxa sobre transaçõesfinanceiras.

Saí pensando, este cara não éhumano.

Lembro que, quando deixou aMicrosoft em 2006,Bill Gates ainda era sinônimo do ditador corporativo. Nadécada anterior,a Microsoft foi processada por prática ilegal de monopólio nosEstados Unidos e pagou à União Européia um multa de quase US$ 800 milhões,amaior da história, num processo semelhante.

Falar mal de Bill Gates era tãofácil quanto pescar num aquário.

Steve Jobs morreu com umafortuna avaliada em US$ 8 bilhões. Quando o investidor Warren Buffet desafioubilionários a doar metade de suas fortunas em vida, Bill Gates já estava ocupadodistribuindo bilhões através da Bill & Melinda Gates Foundation, num totalque hoje já passa de US$ 25 bilhões. Jobs disse não ao desafio de Buffet eamigos seus, ouvidos pelo New York Times, comentaram que, perto de morrer, elehavia concluído que faria melhor em expandir a Apple do que doar paracaridade.

Steve Jobs introduziu aestética do design como um triunfo do consumo detecnologia.

Bill Gates pede aos ricos paraprestar atenção na feiúra da miséria e financia tecnologias que trazem umabeleza maior e mais duradoura à vida de milhões depessoas.

Em 1983, Jobs atraiu JohnSculley, então presidente da Pepsi Cola, para ser CEO da Apple, com a seguinteprovocação: “ Você quer passar o resto da sua vida vendendo água açucarada ouquer mudar o mundo?”

Bill Gates quer passar o restoda vida concentrado em 2,5 bilhões de habitantes do planeta que vivem com menosde US$2 por dia, os não consumidores da Apple.

Quem decidiu de fato, mudar omundo?


Fonte: O Estado de São Paulo -26/11/2011

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